13/11/09

Voltar a Crescer

"A força bruta, quando não é governada pela razão, desmorona sob o seu próprio peso."
Horácio in “Odes”

É muito fácil ter-se razão depois de constatados os factos. Tê-la a priori é que, como sabem, é sempre muito mais difícil!

No que diz respeito à condução do processo autárquico no PS/Barreiro penso que os factos provam que sempre tive razão. A arrogância, autismo e inconsciência foram o mote.

Afastaram-se competências e saberes, marginalizou-se, ignorou-se a sociedade civil e, pasme-se, fez-se a campanha do coirato e do barril da cerveja.

As listas…
Sobre estas está tudo dito quando avaliamos a atitude do primeiro eleito na questão da aceitação de pelouros. As listas dos arranjinhos e jogos sujos do Amílcar são a maior vergonha para o PS. Não foram listas do PS. Foram listas do Amílcar e das amizades que a cada momento lhe permitiram continuar na sua senda de promoção pessoal em detrimento do bem comum.

O candidato. Sobre esse, de cada vez que camaradas meus falam dizem sempre que é um homem assim e assado. Para mim é um mentiroso. Se consultarem as actas das CPC’s (se estas fizeram a transcrição do que foi dito), o Sr. Nuno Gomes afirmou que apesar de ser do independente iria respeitar as decisões do partido e trabalhar connosco. Começou bem!

Temos de dar credibilidade ao PS/Barreiro. Para isso necessitamos de gente competente. E isso não rima com Romano!

O Amílcar pode ter suspendido a democracia do PSB por seis meses, mas jamais fará esmorecer a vontade que eu e outros camaradas temos de dar um novo rumo ao mesmo. É urgente Voltar a Crescer!

09/11/09

Quem quer tramar o PS?

A sexta-feira que passou, a Comissão Política Concelhia do PS no Barreiro decidiu por maioria retirar a confiança política ao Candidato Nuno Santa Clara Gomes. Na mesma reunião ficou decidido que o PS não aceitaria quaisquer pelouros oferecidos pelo executivo CDU. Esta proposta foi votada por maioria com um voto contra e uma abstenção.

Esta segunda proposta já tinha sido apresentada na primeira CPC a seguir às eleições, pelo que não foi votada por falta de tempo na primeira reunião. Na segunda reunião o primeiro proponente não estava presente, pelo que a proposta só foi votada na passada sexta.

Decidiu-se retirar a confiança política ao Nuno Santa Clara Gomes, não por algum problema pessoal, mas porque o candidato, à revelia de todos, resolveu aceitar o pelouro que lhe foi dado pelo executivo CDU, sem ter consultado as estruturas do Partido, pelo qual tinha sido eleito, sabendo inclusivamente que havia uma proposta para que não fossem aceites quaisquer pelouros.

Ao que parece este assunto tem levantado bastante celeuma em alguns barreirenses, nomeadamente alguns camarada meus.

Para o meu camarada Sousa Pereira, esta resolução não respeita o espírito do 25 de Abril, lembrando mesmo políticas de outros tempos. Caro Sousa Pereira estarás tu a par que o PS apresentou uma proposta de lei que visava acabar com os executivos multicolores, que só não passou porque o PSD roeu a corda? Se tivesse passado, não estaríamos a discutir este problema. Não será coerente que o Partido que propõe tal alteração a cumpra mesmo que ela não tenha passado à letra da lei? Terás tu feito a mesma crítica ao PCP e ao PSD quando não aceitaram fazer parte do Governo porque não se reviam nas políticas do PS?

Será coerente que o PS, embora não concorde a estratégia que o PCP elegeu para os próximos 4 anos, participe da gestão do município?

Será que o teu jornal Rostos, em crónicas de opinião assinadas por ti, criticou as tomadas de posição do Carlos Humberto que foram emanadas do Comité Central? Será que o Carlos Humberto toma posições à revelia do partido Comunista? Ou estes assuntos só te merecem crítica quando estão ligados ao PS?

Também alguns dos meus camaradas estão muito preocupados com o impacto desta retirada de confiança... Em primeiro lugar penso que a votação deixou bem patente o que os barreirenses pensam do Candidato. Não pensam nada. Nem sequer chegaram a conhecer a pessoa. Em segundo lugar há quem ponha em causa a representatividade do 58 elementos da CPC, para falarem em nome dos 1300 militantes do PS. A isto eu respondo com um sorriso e uma pergunta... Será que também eles não deveriam ter o ónus de escolher o seu candidato à Câmara?

Caros amigos escrevi este artigo para contar o outro lado da história, aquele que até agora, nem jornalistas nem cidadãos, nem pertenços camaradas se tinham dado a trabalho de contar ou de perguntar.

Também publicado aqui

05/11/09

Asfixia muito pouco democrática

Já há algum tempo que estava para escrever um post e aceitar o repto que os meus camaradas e amigos me lançaram. Por vezes o tempo não abunda, por vezes é a inspiração que não é das melhores, enfim, arranjam-se umas desculpas mais ou menos esfarrapadas para não se escrever.
Contudo, e porque é muito preocupante a actual situação do PS/Barreiro não posso deixar de escrever sobre ela, como forma de mostrar o meu profundo repúdio.
Analisemos os factos:
  1. Foi aprovado em CPC a realização de primárias;
  2. Foi apresentada uma moção (ou proposta, não estou muito bem recordado) sobre a discussão em CPC dos putativos deputados a apresentar pelo Barreiro, posteriormente retirada já que o Sr. Presidente da CPC se comprometeu a agendar uma CPC com essa finalidade; e
  3. Foi agendada uma CPC que se realizará amanhã sobre a decisão de aceitação de pelouros à CMB, após a apresentação de uma moção cujo 1º subscritor foi o meu amigo e camarada José Carlos Gil.

Ora o que se passou, e do meu ponto de vista terrívelmente grave, foi que o Sr. Presidente da Comissão Política Concelhia do PS/Barreiro desrespeitou por completo as decisões deste orgão.

Não realizou primárias, não se discutiu em CPC quais os nomes dos potenciais candidatos do Barreiro e aceitou a nomeação do Coronel Santa Clara Gomes sem ouvir primeiro a CPC.

Muitos outros factores levar-me-iam como levaram a votar favoravelmente uma moção pedindo a demissão do Sr. Presidente da CPC. Agora o desrespeito completo pelas desições do orgão político por excelência do PS/Barreiro são totalmente inaceitáveis.

Para uma pouca-vergonha destas não contribuo e por isso amanhã estarei ausente da CPC e não procederei à minha substituição. E primarei pela ausência até que haja respeito. Respeito pelas decisões democráticas tomadas.

A isto chama-se asfixia muito pouco democrática.

O rei vai nu...

Este post foi retirado, e é aqui integralmente reproduzido, do blog Vox clamantis in deserto, do meu camarada e amigo André Pinotes Batista. Desculpa lá qualquer coisinha!



Na azáfama entre o lanche e o trabalho, fui abordado por um antigo militante do PS, hoje em conversa de ocasião - "Então amigo, o PS decidiu aceitar pelouros?", atrapalhado com a extemporaneidade da pergunta e apressado para as tarefas laborais prontifiquei-me a esclarecer que apenas na 6ªFeira teríamos CPC para deliberar sobre esta matéria. O meu amigo torceu o nariz, alçou o sobrolho e insistiu, agora num tom mais exasperado - "Estou-te a dizer. Então não viste os Jornais. O Carlos Humberto anunciou." Perguntei-lhe se tinha lido numa Paragem do 7 mas ele prontamente me indicou 3 fontes onde eu poderia confirmar per mim..

Fiquei intrigadíssimo pois tinha ideia que estava na ordem de trabalhos da próxima reunião deliberar sobre esse assunto. Ainda antes de ter tempo de retomar as tarefas de relojoaria digital que me esperavam com prazo definido mirei o meu e-mail.

Fiquei descansado. Sou parvo mas não estou louco.

Convidaram/convocaram-me mesmo para uma reunião depois de amanhã onde 51 pessoas, mais inerentes, vão tomar posição sobre uma matéria, da maior importância como é a aceitação de pelouro mas que “pasme-se” foi já hoje deliberada pelo Presidente da CMB.

Vejamos:


Caro (a) camarada,



De acordo com o disposto pelo art. 42/1 dos Estatutos do Partido Socialista, convoco a Comissão Política Concelhia para uma reunião a ter lugar no próximo dia 6 de Novembro, pelas 21h30, no xxx, na xxx, com a seguinte



Ordem de Trabalhos



1 – Informações;
2 – Tomada de posição sobre a atribuição de Pelouros.


Aceite as minhas cordiais saudações socialistas

Barreiro, 30 de Outubro de 2009

O Presidente da CPC eleito
(Amílcar Romano)



Ninguém de bom senso pode concordar que se faça uma reunião para deliberar internamente o que já foi deliberado externamente. Em princípio, gostava de ser informado das deliberações do meu partido sem ser pelo Carlos Humberto, não é que o homem não seja simpático mas se eu quisesse ser do PCP filiava-me no PCP.

Ao longo dos últimos meses, muitos têm sido os que se têm divertido à custa do PS, não entendem que um PS fraco é mau para o Barreiro, é mau para o PCP, é mau para a democracia local, e em última análise é mau para todos nós.

No velho conto do Rei que ia nu este acabou por compreender que fora enganado e, envergonhado e arrependido da sua vaidade, correu a esconder-se no palácio.

A alguns restava-lhes apenas a vergonha. Agora não resta nada.

Se não fosse tão triste era para rir.

04/11/09

Imoral!

O MENTIROSO do Presidente da CPC do PS/Barreiro voltou a fazer das suas. Depois de ter garantido, por sua honra, que levaria à CPC a indicação dos nomes do Barreiro que integrariam a lista de deputados do PS pelo círculo eleitoral de Setúbal, não convocou nenhuma CPC e indicou-se a si próprio.

Desta vez, depois de ter garantido que levaria a CPC a aceitação de pelouros, deixa que o Sr. Presidente de Câmara anuncie publicamente a entrega de pelouros a eleitos pelo PS sem realizar antecipadamente a CPC prometida.

Se optarmos, como espero, pela não-aceitação de pelouros, o que dirão os barreirenses? Que o PS anda a brincar com coisas sérias.

O PS não pode continuar a ser dirigido por um mentiroso, sem palavra, sem a mínima ética política e avesso ao respeito pela legitimidade própria dos órgãos do partido.

É tempo de mudar. É tempo de voltar a crescer!

03/11/09

Um modelo de desenvolvimento

Caro Luis Carlos obrigado pelo convite. Irei, na medida dos timings que vou tendo, tentar escrever alguns textos que considero interessantes.

Não pretendo faze-lo com conotações políticas porque como todos sabem não sou militante do PS. Já o fui, mas considero que a minha vinculação politico/partidária acabou no momento em que a minha carreira Professional adquiriu o rumo que a rege. Fico-me por simpatizante.

Obviamente detenho a minha opinião. Que quero deixar aqui expressa. Conheço a realidade do PSB e das pessoas que por lá convivem. Respeito a maioria delas. Outras pelo contrario representam na minha opinião o sectarismo mais básico e rancoroso que a natureza humana destila.

Considero igualmente que o actual líder do PSB continua igual a si mesmo. O professor de educação física Amilcar Romano não vai mudar e vai continuar na procura do seu beneficio pessoal, por cima de tudo e de todos os que lhe aparecerem pela frente.

Contrapondo isto, considero que existem jovens quadros no PSB com capacidade e retórica suficiente como para dar uma lufada de ar fresco ao partido. E é nesses que o partido devera unir esforços no sentido de recuperar a credibilidade perdida.

Da minha parte no que se refere a comentários de conotação política aqui acabam.

Falemos de desenvolvimento. Está na hora de começar a pensar nisso mesmo. O programa de governo do PS traduz as linhas mestras de algo que para muito dos barreirenses é sinónimo de desenvolvimento. Refiro-me a famigerada concessão da infra-estrutura rodo-ferroviaria Lisboa-Poceirão incluindo a terceira travessia do Tejo.

Um projecto estratificante que implicará um desenvolvimento económico geral brutal e cujos impactos terão raízes profundas nas futuras gerações barreirenses. Acredito sinceramente que é a última oportunidade de colocar o Barreiro na rota do desenvolvimento económico e social. E que o necessário projecto de cidade que todos os políticos deveriam defender deverá ser “encaixado” neste mega projecto, incluindo a requalificação da cidade (Quimiparque), as oficinas da EMEF e o tecido empresarial existente.

Claro que para defender esta opinião tenho os meus argumentos. Que deixam de ser argumentos quando aplico todos estes princípios a realidade com a que convivo diariamente e com os aspectos e impactos económico/financeiros que o investimento em grandes infra-estruturas no sector das comunicações detém.

Lidero a equipa financeira de um investimento estrutural que perfaz aprox. 35% do valor do investimento Lisboa/Poceirão. Uma concessão que implica a construção da Auto-estrada Transmontana. Só para deixar alguns números, implica a criação de 3000 postos de trabalho entre emprego directo e indirecto. O fornecimento de matérias primas e subsidiarias, em quantidades industriais para os trabalhos a desenvolver, através de economias de escala (locais), sem quantificar os impactos económicos que terá a criação desta infra-estrutura e deste novo corredor ibérico. Um exemplo. Que em futuros textos irei desenvolver.

Sei que o Barreiro é de facto a peça central deste puzzle. O centro nevrálgico do projecto entre Lisboa e o Poceirão. Onde as futuras oficinas de manutenção da EMEF para o TGV ficarão sediadas. Convém começar já a “vender o nosso peixe”. E assim que o investimento for adjudicado convencer quem de direito que o Barreiro deve ser aquilo que merece ser.

Defendi essa posição como militante do PS, tendo sido primeiro subscritor de uma moção nesse sentido e tendo participado directamente na comissão de apoio a terceira travessia rodo-ferroviaria.

Aproveitemos. Sejamos inteligentes. Como o actual presidente da Câmara o foi quando da polémica sobre a construção ou não da infra-estrutura. Não podemos desaproveitar esta oportunidade.

No próximo texto tentarei deixar umas noções do que é uma concessão. Estive num debate no Barreiro com deputados da Assembleia da República de todos os partidos e garanto que não percebem quase nada do que é uma concessão...

02/11/09

Um breve resumo histórico

Tenho a honra de pertencer a este grupo de pessoas que resolveram criar um movimento de discussão sobre o PS e mais concretamente sobre o PS\Barreiro.

Após as últimas eleições autárquicas ficou patente que a população barreirense não se revê, em termos locais, no Partido Socialista para levar a cabo a gestão da autarquia, mesmo depois de terem votado de forma significativa no Partido Socialista para o Governo da Nação.

Este volte face parece ser um indicador muito fidedigno de que em termos locais, os barreirenses não têm confiança no PS. O PS distanciou-se da população e dos seus anseios e desejos, não tendo conseguido apresentar um projecto de cidade que convencesse os barreirenses, nem do meu ponto de vista, um candidato que conseguisse suprimir ou colmatar essa falha.

Sem projecto e nem candidato assim nos apresentamos às eleições de 2009. No entanto, não é possível compreender este distanciamento do eleitorado ao partido, sem se analisar o que aconteceu desde 2005 até 2009.

Desde que perdemos as eleições em 2005, nunca mais conseguimos exorcizar o fantasma dessa derrota. Ainda hoje a visão do Partido sobre esse resultado não é consensual, pelo que se ainda não conseguimos fazer as pazes com o passado, como podemos encarar o futuro?

E lá fomos nós, cada um por seu lado, a tentar fazer as coisas à sua maneira, tentando sabotar as coisas dos outros (esta última afirmação é um mea culpa, pois também embarquei nesse registo). Extremaram-se posições, criaram-se facções, fizeram-se alianças como quem sempre se jurou que eram causadores de todos os males na terra, discutiu-se tudo e mais um par de botas, sempre no "superior interesse" do PS e do Barreiro, sempre nos esquecendo que o Barreiro não é uma abstracção, mas sim uma entidade viva e multi-dimensional, que não se rege por lógicas internas nem guerras e guerrilhas artificiais e fratricidas.

Chegados aqui, é necessário fazer uma oposição justa, crítica e positiva, deixando governar quem ganhou, não deixando de estar atentos a cada decisão tomada, aproveitando para reconquistar, pela força das ideias e dos projectos, a confiança e o voto dos barreirenses, pondo convenientemente a nu, as fragilidades que a CDU sempre teve no que respeita à Gestão autárquica.